Trump suspende parceria com o Brasil para combate a incêndios florestais
- Bianca Gloria

- 11 de fev.
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, emitiu um decreto suspendendo por 90 dias toda a ajuda externa americana, impactando diretamente uma parceria crucial com o Brasil no combate a incêndios florestais. A medida, anunciada nesta semana, interrompe ações de capacitação técnica para brigadistas e ações de prevenção de queimadas, especialmente na Amazônia.
A parceria, iniciada em 2021 e financiada pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), já havia treinado mais de 3.000 brigadistas brasileiros, incluindo mulheres indígenas, para atuar na linha de frente contra os incêndios. O programa era coordenado pelo Serviço Florestal dos Estados Unidos (USFS) em conjunto com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e outras instituições ambientais.
Desde sua implementação, a iniciativa resultou em pelo menos 51 cursos e treinamentos, em parceria com órgãos como a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Ambientalistas temem que a interrupção da parceria comprometa os esforços de combate ao desmatamento e ao avanço do fogo em áreas protegidas.
A suspensão da ajuda externa faz parte de uma nova diretriz da administração Trump, que justificou o corte alegando que os investimentos estavam “desestabilizando a paz mundial ao promover ideias contrárias a relações estáveis e harmoniosas internas e entre as nações”. No entanto, especialistas alertam que a decisão pode dificultar a proteção de biomas brasileiros e aumentar a vulnerabilidade das áreas afetadas pelo fogo.
Além dessa parceria, outros projetos ambientais no Brasil também podem ser impactados pelos cortes, incluindo iniciativas voltadas para a preservação da Amazônia e proteção de povos indígenas. Pesquisadores e ambientalistas demonstram preocupação com os efeitos a longo prazo da medida, que pode comprometer anos de esforços conjuntos para mitigar os incêndios florestais.
Diante do impasse, o governo brasileiro ainda não se pronunciou oficialmente sobre a suspensão da parceria. No entanto, especialistas reforçam a necessidade de um plano estratégico independente para o combate às queimadas, garantindo investimentos e políticas públicas eficazes para a proteção ambiental.




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