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Meta anuncia mudanças na moderação de conteúdo e põe fim à checagem de fatos

  • Foto do escritor: Rayane Garcia
    Rayane Garcia
  • 8 de jan.
  • 2 min de leitura

Imagem : Albert Gea/Reuters/ Direitos Reservados
Imagem : Albert Gea/Reuters/ Direitos Reservados

A moderação de conteúdo no WhatsApp, Facebook, Instagram e Threads sofrerá mudanças significativas nos Estados Unidos, com o fim da checagem de fatos realizada por agências externas e o retorno das recomendações políticas. A novidade foi anunciada nesta terça-feira (7) por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, dona das plataformas.


Em um vídeo publicado nas redes sociais, Zuckerberg afirmou que a decisão visa garantir a liberdade de expressão dos usuários, afirmando que as medidas anteriores resultaram em "censura" nas plataformas. "Vamos voltar às nossas raízes, focando em reduzir erros, simplificar nossas políticas e restaurar a liberdade de expressão", disse ele.


O que muda?


A partir de agora, a checagem de fatos realizada por agências externas e os avisos sobre conteúdos potencialmente nocivos serão substituídos por "notas da comunidade", nas quais os próprios usuários poderão sinalizar conteúdos falsos, de forma semelhante ao que ocorre na plataforma X (anteriormente Twitter).


Além disso, temas como imigração e gênero deixarão de ser monitorados, e as recomendações políticas serão restabelecidas. Os conteúdos ilegais, por sua vez, passarão a ser denunciados diretamente pela comunidade, enquanto a equipe de regulação da Meta, que atualmente está na Califórnia, será transferida para o Texas.


No mesmo vídeo, Zuckerberg criticou as legislações de países da América Latina, União Europeia e China, e afirmou que irá pressionar, junto ao governo de Donald Trump, para relaxar as regras que regem as redes sociais.


Especialistas apontam retrocesso


Embora as mudanças ainda não afetem diretamente as operações das plataformas no Brasil, especialistas expressam preocupações com as possíveis implicações dessas alterações.


O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) alertou que os usuários poderão ser mais expostos a fraudes, especialmente durante períodos eleitorais, quando grupos vulneráveis, como idosos e crianças, estão mais suscetíveis a desinformação. "As mudanças anunciadas pela Meta evidenciam o problema estrutural da concentração de poder nas mãos de corporações, que atuam como árbitros do espaço público digital e privilegiam interesses empresariais em detrimento da segurança e dos direitos dos usuários. Essa mudança reforça a necessidade de uma regulação mais robusta, que responsabilize as plataformas pelos danos causados e priorize a proteção dos consumidores no ambiente digital", afirmou o Instituto em nota.


A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se posicionou contrária à decisão. Em comunicado, a organização defendeu o trabalho de jornalistas e agências de checagem de fatos, destacando que essas entidades seguem critérios rigorosos de transparência e equilíbrio, conforme as diretrizes da International Fact-Checking Network (IFCN). "A ação voluntária dos usuários nas redes sociais não pode substituir a checagem profissional de fatos, especialmente em um cenário em que a poluição informativa prejudica a democracia, agravada pelo uso crescente de ferramentas como a inteligência artificial", afirmou a Abraji.

 
 
 

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